
Do Rio da Prata às Beiras
Sinopse
Do Rio da Prata às Beiras é uma viagem aos conturbados tempos do primeiro quartel de século XIX. Fernando da Costa e Almeida, nado em Medelim terras de Idanha, é a personagem que nos desbrava o caminho. Grande admirador do tio Francisco Almeida, que andou na Guerra das Laranjas e escreveu um livrito que falava de Olivença e injuriava o Rei. O amor pela Pátria e pelo Príncipe Regente empurra o beirão de Medelim até terras de Vera Cruz.
No regresso do Brasil, o agora tenente coronel, calcorreia as Beiras, saboreia a sua gastronomia, as suas deliciosas águas, os seus mimos rurais, enquanto prepara os esponsais de Maria Xavier, uma rapariga de luxo, bonita como os amores, vistosa que nem milheiral em Junho, e que estava prometida em casamento a Luiz Caldeira Montais, um galã das Beiras que frequentava o último ano de Direito na Universidade de Coimbra. Nascido no formoso Vale de Prazeres, é um liberal moderado, conciliador, que quer manter os antigos privilégios. Bem-apessoado, com jeito para a poesia e para as vendedeiras do Mondego, aceitou com orgulho a alcunha de O Poeta das Beiras.
As personagens deste romance, que se quer histórico, aventuram-se por terras da Beira, um lugar de beatas e clérigos, de adoradores de Dom Miguel, de boa gastronomia e gente sã. São mais de trezentas páginas de personagens, acontecimentos, bulhas políticas, de amores, de boas e requintadas paisagens e, acima de tudo, uma visão diferente, uma novidade das nossas bondosas e acarinhadoras Beiras.
José Avelino da Encarnação Gonçalves nasce no dia dezasseis de Abril de mil novecentos e sessenta e cinco em Vilarinho, uma bonita e airosa aldeia que enobrece as serranias da Lousã. Apesar da atracção pela História e pela Arqueologia acaba a devassar os bancos da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Actualmente reside na Covilhã, cidade alapada na encosta da Estrela e rodeada por duas ribeiras que lhe deram riqueza nos têxteis e a elevaram a Manchester Portuguesa.
O apelo da judicatura leva-o até ao Limoeiro no bairro de Alfama e ao Centro de Estudos Judiciários. A aventura na magistratura judicial tem início no ano de mil novecentos e noventa e um no Tribunal Judicial de Anadia. Em dois mil e doze é colocado como Juiz Desembargador no Tribunal da Relação de Coimbra. Exerceu, em comissão de serviço, as funções de Juiz Presidente do Tribunal Judicial da Comarca de Castelo Branco entre dois mil e catorze e dois mil e vinte e um.
Escreveu a trilogia Estórias de um Arquivo Judicial – A Grande Devassa e Outras Estórias, editada pela Cooperativa Trevim, onde se reúne um conjunto de crónicas sobre estórias bebidas em processos judiciais, depositados no sótão do Tribunal Judicial da Covilhã. Uma Obra que investiga duzentos anos de justiça e tribunais e traz às suas páginas a feitura da justiça na casa de residência do Juiz de Fora, a aplicação da pena de morte e o degredo para toda a vida, a justiça privativa das Três Comarcas e a figura do Superintendente dos Lanifícios, as lutas dos Dois Irmãos e as guerrilhas miguelistas.
O escrito, Do Rio Grande do Sul às Beiras, um livro para memória futura, é a sua primeira arremetida no romance histórico, na descrição de personagens e acontecimentos que não aparecem na literatura e na investigação história.